A importância do uso de tecnologias avançadas, tais como a realidade virtual no cenário da arquitetura, está se tornando cada vez mais necessária. Por mais bonita que seja uma imagem renderizada, sempre faltará a capacidade de transmitir plenamente o escopo e a sensação do projeto como um todo, perpetuando ainda mais a necessidade de incorporar o uso dessas tecnologias a um nível de prática profissional.
Arquitetos que optam por não adotar o uso de tecnologias de realidade virtual em seu processo de projeto são vítimas de uma desvantagem significativa, e o problema já nem sequer está na acessibilidade, pois a realidade virtual é acessível para arquitetos de todos os tipos na era atual.
Head-mounted displays (HMDs), como o Oculus Rift, tem a capacidade de mudar a forma como arquitetos e designers criam e comunicam suas ideias muito antes de as estruturas serem realmente construídas. Os clientes podem ser facilmente transportados para representações tridimensionais do projeto para se inserirem em um estado de imersão, quase semelhante às emoções evocadas quando você se envolve em um ambiente construído virtual, como os videogames.
O mundo virtual visa transportar temporariamente os consumidores para outra realidade, um ambiente construído que possa transmitir coisas sutis, como emoções, sentimentos e sensações, portanto, se os clientes conseguirem experimentar o influxo dessas emoções antes de permanecerem fisicamente no edifício, oportunidades são abertas para mudanças serem feitas antes de se comprometerem com uma construção. O ambiente imersivo na natureza fornece uma representação muito mais precisa da escala, profundidade e consciência espacial inigualável em comparação com os métodos tradicionais de renderização, modelos em escala ou animações. A capacidade de comunicar a intenção do projeto torna-se imediatamente aparente e muito mais clara quando você, como projetista, tem os meios para fornecer ao cliente a experiência imersiva e a sensação de realmente habitar o espaço.
A beleza de usar os meios da realidade virtual é demonstrada na maneira como ela pode ser aplicada desde o início nos estágios conceituais para explorar ainda mais as relações entre diferentes espaços, luz, construção e materialidade. O uso de uma representação imersiva permite uma oportunidade para uma maior compreensão e compreensão imediata dos elementos do projeto, ao invés de apenas olhar para uma maquete em escala ou uma renderização visual. Os indivíduos não associados à profissão de arquitetura podem ser incapazes de entender as relações espaciais e de escala quando simplesmente olham para uma renderização bidimensional, entretanto, o uso da realidade virtual é mais universal e pode evocar uma reação positiva da mesma forma que a arquitetura construída.
Então, como a tecnologia da realidade virtual está mudando o campo da arquitetura no momento?
A Ennead Architects sediada em Nova York usa a realidade aumentada para ajudar os clientes a visualizar tanto o espaço quanto os dados dentro de um mundo tridimensional. O Museu de Astronomia de Xangai (2021), em seus estágios de projeto conceitual e planejamento, utilizou muito a realidade aumentada para exibir vários blocos coloridos mostrando onde o edifício receberá mais luz, com blocos mais avermelhados significando uma maior exposição. Através de uma escala, forma e manipulação da luz, o edifício aumenta a consciência da relação fundamental com o sol e o movimento orbital da Terra, criando uma experiência imersiva que coloca os visitantes em contato direto com fenômenos astronômicos reais.
A ZGF Architects sediada em Portland tem um especialista em realidade virtual que já participou em mais de 50 projetos desde 2015. Os diretores da equipe dão feedback sobre os projetos enquanto estão sendo testados em realidade aumentada, permitindo que o pessoal faça mudanças nos projetos em tempo real.
Em estabelecimentos de saúde onde o objetivo é reduzir o estresse e permitir que os cuidadores passem mais tempo com os pacientes, a realidade aumentada pode ter impactos significativos em nossa capacidade de melhorar a busca de caminhos e minimizar o desperdício, como distâncias de viagem e tempo gasto em busca de suprimentos. Este vídeo mostra a precisão da tecnologia quando utilizada como uma ferramenta de projeto moderno.
Urbanist Architecture sediada em Londres também visa ser pioneira na utilização da realidade virtual para ajudar os clientes a atingir o realismo máximo na experiência de como será seu desenvolvimento proposto, enquanto a construção ainda está em andamento. Urbanist 4D Reality visa imergir na propriedade a partir de seu escritório para que os clientes não possam apenas "falar, mas caminhar" com os arquitetos também.
Skidmore, Owings & Merrel Inc, sediada na Califórnia, utiliza um software de realidade virtual desde 2015 para vários projetos, pois a natureza instintiva do modelo permite que os arquitetos obtenham um feedback mais rápido. Desta foma, conseguem fazer mudanças instantâneas que podem melhorar o projeto ou alterá-lo.